Sunday 10 July 2011

O retorno

O último dia em Dublin, por mais que eu tenha tentado me organizar antecipadamente, ainda foi cheio de tumulto. Eu estava bem cansada e desgastada por conta das malas. Nunca mais quero me mudar pra outro país, a não ser que eu tenha muita grana sobrando pra poder bancar os excessos. Por fim, tive que deixar algumas coisas para trás. Uma prática do desapego que até então não combinava muito comigo. Óbvio que é bom deixar de lado algumas coisas que só fazem peso, porém, o problema está no valor sentimental...rs...daí sofro por ter de me livrar depois. Aummm...respira, Cleidoca. :)

Quando cheguei no aeroporto com as 4 malas já ultrapassando os 32Kg permitidos, lá vou eu abrir a todas elas. E tira roupa daqui e coloca ali e vai pra mala de mão...eu já não tinha mais braços nem pernas nem colunaaaa!!! A minha mochila tinha 20 kg, aproximadamente. A minha bolsa, 6kg. Imagina carregar isso nas costas, depois de estar atrasada? Será que eu bato o recorde em ser desastrada? Imagina ter de carregar isso correndo pra dar tempo de passar no tax free e depois encontrar o portão de embarque...Foi muita coisa pra uma mente e um corpo cansados e com fome. Sim, pra variar, estava de estômago vazio. Quase desmaiei o aero de fraqueza e tensão.
Passado esse sufoco, qdo pensei que tudo estaria tranquilo e resolvido, na hora do embarque, a comissária me diz que eu não poderia entrar com a minha mochila, pois estava grande demais. Lá vou, novamente, tirar coisas e dividir entre os outros brasileiros que voltavam no mesmo vôo.

OK! Consegui entrar no avião. Menos de 10 minutos e eu apaguei. Dormi até chegar em Londres. Acordei sem muita noção do horário, e então me disseram que o avião ficou dando voltas antes de aterrisar e, por conta disso, estávamos atrasados. Lá vou eu, de novo, atravessar aquele aero gigante, correndo, com as bolsas mega pesadas...rs
Embarcamos. Me senti como se fosse uma sardinha, sentada na fileira do meio, com quatro poltronas. Consegui cochilar alguns minutos. Por causa do ar-condicionado, meu nariz e garganta ressecam demais e então senti muita sede. Sofri com dificuldades pra respirar. Mas e a vergonha de pedir licença pra ir buscar água? Achei q o serviço de bordo pecou um pouco nesse caso. Eles serviram o jantar e depois esqueceram da gente. Foram servir água qdo já havia amanhecido o dia. Humpf!

Chegamos. Eu já estava preocupada com as malas. Como nossa conexão foi muito curta em Londres, desconfiava que nossas malas não viriam conosco pois eles não teriam tempo suficiente para transferir as bagagens de uma aeronave pra outra. Dito e feito. Porém, tive que esperar cerca de três horas para sair do aeroporto. Essa primeira impressão de Brasil não é legal. Baita lentidão no atendimento. Só que esse foi o meu caso. Meus flatmates, Adri e Beto, além de perderem o vôo para Porto Alegre, que seria logo na seqüência, só deixaram Guarulhos às 2 da tarde. Sacanagem!

Depois de tudo isso, encontrei meu irmão e viemos para casa. De certa forma, como disse ele, ter saído um pouco mais tarde do aeroporto nos poupou do trânsito das marginais e chegamos em casa até que bem rápido.

É bom estar de volta, mas ainda estou tomada por uma sensação estranha de não estar no meu canto. É como se aqui não fosse mais minha casa, mas a casa da minha mãe e me sinto como uma visita.

É uma delícia ver a baixinha mais linda do mundo. Minha mãe é uma fofa, gente. O pouco tempo que tivemos pra conversar (sim, estamos em SP e a vida dela não pára), ela sempre tem uma palavra que me motiva e me tranquiliza. Ontem, antes de ir dormir, recebi o colo que eu tanto precisava... Essa é a Dona Rita... :)

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